José Ramos é um apaixonado da arte cénica. Desde cedo dedicou grande parte do seu tempo ao teatro a par de uma vida profissional e familiar igualmente dedicada.
Num olhar atento procura dar visibilidade a personagens e vidas que tendem a ser esquecidas, a ficar perdidas na correria da vida.
É através da persistência das suas pesquisas com recurso a memórias vivas, registos históricos dos acontecimentos e da sua situação no tempo e no espaço, que encontra a matéria, para depois lhe dar a forma, a integrar num contexto e lhe dar a vida e a dinâmica necessárias ao desenrolar da acção. Depois cabe ao espectador recordar ou descodificar quem foi, como foi e chorar e rir e confortar-se com o “banquete” que lhe é oferecido.
O objectivo tende sempre a levar o espectador a conhecer melhor um passado mais próximo ou mais longínquo, algumas vezes quase ridiculamente ou saudosamente revisto no presente.
O importante é que as imagens, os retratos estão ali, para fazermos deles o que quisermos. São histórias onde a verdade marca presença envolta em sonhos e tramas perspicazes e audazes.
“Beatriz Costa... uma mulher admirável”, é mais um momento que permite ao espectador deliciosamente instalado na cadeira mais ou menos cómoda da sala de espectáculos, perceber quem foi, o real valor de uma Menina que se fez Mulher transformando a dor e o sofrimento em armas de luta, nunca se deixando abater pelas forças negativas que a puxavam, que a empurravam para o abismo.
Beatriz Costa é uma figura de relevo na memória de muitos, mas o desconhecido, o seu verdadeiro valor, permanece oculto e é por isso que o José Ramos agarra o projecto e lhe dá vida, para que todos possam ter a oportunidade de ver de saber quem foi essa Mulher que encantou pela representação, mas cuja vida é uma verdadeira lição.
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